Mitos, Mensageiros e o Mistério do Natal

Por Stephen Davey

A Chegada de um Rei

 Sem dúvida, uma das coisas que eu mais gosto na época do Natal é a música. Na verdade, as músicas que fazem referência à encarnação de Cristo poderiam ser cantadas durante todo o ano, mas não há nada de errado em deixá-las para uma ocasião especial. Na realidade, o que as torna tão especiais é que apenas as cantamos durante esta época.

Não é uma má idéia separar certas coisas para ocasiões especiais. Pense, se você colocasse um candelabro com velas sobre a mesa, todos os dias, o dia em que você sentasse à mesa com luz incandescente, seria um dia especial. Seus filhos diriam: que bom, agora podemos ver o que estamos comendo!

Se você tomasse suco todas as noites, durante todo o ano, ficaria mais que feliz no dia em que finalmente pudesse desfrutar  uma xícara de chá ou café.

Meu pai, que foi criado no campo, me contou como foi especial para ele a primeira vez que pôde comprar pão de forma. Isto significava deixar de trabalhar duro, amassar e esperar para comer pão pela manhã. Quem queria pão caseiro? Todos queriam o pão embalado; era especial.

As coisas podem passar a ser especiais, pelo simples fato de ser diferentes.

Agora, muitos crentes, bem-intencionados, acham que não devemos celebrar o Natal, dada a origem pagã de nossas celebrações de Natal.

Por exemplo, os romanos decoravam seus templos e altares pagãos com plantas e velas.

Os puritanos trataram de eliminar a celebração do Natal. Por isso, na Inglaterra, foi promulgada uma lei no ano de 1644, que considerava o Natal apenas um dia de trabalho como outro qualquer. E mais, por um tempo, enquanto estavam na Inglaterra, era ilegal preparar sobremesas de Natal em dezembro.

Vemos também na história americana que os Puritanos, deliberadamente, trabalhavam no dia vinte e cinco de dezembro para demonstrar sua oposição às celebrações natalinas.

Até o apóstolo Paulo teve algo a dizer sobre as festividades daqueles dias:

“Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente. Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz e o que não faz caso do dia para o Senhor o não faz. O que come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e o que não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus.” – Romanos 14:5-6.

Em outras palavras, nenhum dia é mais especial que o outro. Mas se você optar por fazer um dia ou uma época, especial, tire o máximo proveito para a glória de Deus.

Então, quando você faz de algum dia um dia especial, dê-lhe um sentido redentivo. Você quer enfeitar uma árvore de Natal? Então pergunte a si mesmo: Como posso fazer para que reflita a mensagem de Natal?

Muitos acreditam que Martinho Lutero, o pai da Reforma, foi o primeiro a conceber a idéia de usar luzes na árvore de Natal para indicar o nascimento da Luz do mundo. Ele usou algo que teve um começo pagão e deu-lhe um propósito redentivo.

A questão não é se celebramos o Natal ou não, mas como nós celebramos e por que celebramos!

Agora, se você optar por não celebrar algo porque tem conotações ou origens mundanas, é melhor não estudar “História da Civilização”.

Dentro de algumas semanas, nem sequer mencione o Ano Novo, ou escreva: Janeiro,(o mês). Ao fazê-lo, você estará associando sua agenda ao nome do deus romano que tinha duas faces – uma olhando para a frente, o ano novo, e outra para trás, olhando para o ano que passou.

Nem dirija um carro chamado Mazda, porque esse nome vem do deus conquistador dos persas.

Lembre-se também de eliminar o adesivo com a figura do peixe que está colado em seu carro. Este símbolo foi utilizado muito antes da Igreja ter adotado. Era um símbolo associado a vários deuses pagãos. Ao ser desenhado horizontalmente representava um peixe, mas ao desenhá-lo verticalmente representava o ventre de uma deusa.

Na China, a grande deusa Kwian-yin era representada pela figura de um peixe. No Egito, a deusa Ísis era conhecida como o grande peixe do abismo.

Na Grécia, a deusa Afrodite era adorada às sextas-feiras, e os seus prosélitos comiam peixe em sua homenagem.

Portanto, aqui temos um outro problema, não coma peixe às sextas-feiras, porque os adoradores de Afrodite faziam isso em sua honra.

Na verdade, nem mesmo use o nome ‘Sexta-feira’ (viernes, em espanhol), porque é uma transliteração do nome de uma outra deusa chamada “Vênus.”

Os cristãos primitivos emprestaram esse símbolo do peixe e deram-lhe outro significado. Também o utilizaram para marcar os seus locais de reunião; e como o símbolo era muito comum, ninguém percebia.

A questão é, se você não quiser ter qualquer associação com ícones ou símbolos de práticas pagãs, você terá que viver em uma caverna. Mas aí há outro problema; viver em uma caverna para fugir do mal também tem origem pagã.

Imagine então que você está dirigindo um Mazda, é sexta-feira e você está no mercado comprando peixe. Aí sim, você está em apuros! Se olharmos para isso, estamos deixando de lado o mais importante: o por quê comemorar e o que os símbolos significam para nós, como crentes, é o que deve nos distinguir como cristãos.

Creio que o Natal é uma fantástica oportunidade para exaltar a Cristo em nossa comunidade e minha recomendação é que aproveitemos esta oportunidade ao máximo.

Neste Natal, haverá centenas de pessoas reunidas em diferentes igrejas, que não as veremos mais, pelo menos até a Páscoa. Devemos aproveitar o que para eles é simplesmente uma celebração a mais. Eles vêm para nos ver, para ver o que fazemos; querem saber se o Natal é algo mais que um símbolo.

Temos que nos certificar que a música é a adequada e que a mensagem é clara, para que saibam porque celebramos o que celebramos e, para que eles possam celebrar também. Temos que ter certeza de separar o mito da mensagem.

Na verdade, existem muitos mitos, mesmo dentro da igreja, sobre a história do Natal. A igreja tem perdido muitíssimo porque a mensagem têm se diluído, têm sido banalizada. A história do Natal é realmente uma cena brutal, solitária, desesperada, em circunstâncias de grande impacto emocional para o leitor. A história começa com intriga e termina com um assassinato.

A Chegada dos Magos

“E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém, Dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos a adorá-lo. E o rei Herodes, ouvindo isto, perturbou-se, e toda Jerusalém com ele.” – Mateus 2:1-3

Eu não sei como você imagina os magos, mas não se tratava de três homens velhinhos carregando caixas com presentes, tratava-se de homens que vieram para ungir o rei.

Dentre todas as perguntas que poderiam fazer para Herodes e os judeus ficarem com raiva, eles escolheram a apropriada: “Onde está o rei dos judeus que é nascido?”

Eles não disseram que ele iria nascer um dia, mas que ele já havia nascido. É como se proclamassem: “Já aconteceu, e não há nada que possam fazer sobre isso!” E logo acrescentam o seguinte título ao recém-nascido: “Rei dos judeus “.

Deixe-me fazer uma pausa por um momento e dirigir-me aos bastidores a fim de enfocar Herodes.

O Temor de Herodes

Se pudéssemos entrar na cena e nos concentrarmos em Herodes, provavelmente veríamos como seu rosto ficou vermelho, depois de ter mordido a língua, para não dizer o que queria dizer. Estamos falando de Herodes, o Grande. Ele foi nomeado por seu pai para governar a Galiléia. Seu pai tinha sido nomeado por Júlio César para governar a Judéia. Todos sabiam que ele era o rei.

Agora, Herodes, neste ponto, já tem cerca de setenta anos e tornou-se muito zeloso de seu poder e seu trono.

Uma das dez esposas de Herodes, Mariana, tinha um irmão, Aristóbulo, que era o sumo sacerdote judeu. Herodes ficou tão atemorizado com a popularidade de Aristóbulo, que o afogou e depois fez um funeral requintado no qual se mostrou muito sentido. Depois Herodes matou Mariana e sua mãe.

Em seus dois últimos anos de vida, a paranóia de Herodes se tornou tão grande que ele matou dois de seus filhos mais velhos. Cinco dias antes de sua morte, mandou matar mais um de seus filhos, determinando assim que não teria nenhum rival para o seu trono. Flávio Josefo, o historiador judeu do primeiro século, escreveu o seguinte sobre Herodes:

Ele não permitia os cidadãos se reunirem, caminharem ou comerem juntos, mas ele observava tudo que faziam e os exortava à trabalhar. Ele tinha espiões por toda parte. Às vezes, se vestia como um cidadão comum e andava no meio da multidão, perguntando o que eles pensavam sobre Herodes e seu governo. Se respondiam com críticas, eram severamente punidos ou levados para a fortaleza de Hicrania e ali, aberta ou secretamente, eram executados.

Uma das últimas coisas que Herodes fez antes de sua morte, foi prender muitos judeus importantes, pessoas ilustres, sob falsas acusações. Ele deu ordens para que esses homens e mulheres fossem executados no exato instante em que ele morresse, para se certificar que haveria luto em Jerusalém. Ainda que não estivessem chorando por ele, os dias seguintes a sua morte seriam de pranto e choro.

Este homem era um assassino a sangue frio, vaidoso, corrupto e paranóico.

E eu gostaria que você soubesse algo mais sobre Herodes. Como uma pessoa de alta posição, tendo conquistado o respeito do imperador romano, o Senado romano deu-lhe o que ele desejava e o nomeou: “Rei dos Judeus”. Ele era o rei dos judeus. Esse era o seu título e o seu trono!

Agora, foi durante estes últimos dois anos, quando Herodes mandava matar qualquer um que pudesse ser uma ameaça, que um grupo de dignitários babilônios aparecem e perguntam onde podem encontrar o recém nascido, o “Rei dos Judeus”.

Com razão Mateus diz que Herodes ficou perturbado. Essa palavra “perturbado” nos dá a idéia de alguém que está visivelmente abalado.

Herodes está pensando: “Alguém tem a audácia de querer tomar o meu trono, e meu título.”

Nosso mundo está cheio de “Herodes”. Não são pessoas que saem por aí matando gente por todo o lado, mas, declararam sim o seu direito a serem reis. Eles, sozinhos, querem ocupar o trono de suas vidas e seus corações.

Ninguém tem o direito de interferir em suas carreiras, posição, poder, planos, ambição e estilo de vida. Não estão dispostos a permitir que ninguém mais seja o rei de suas vidas.

Diga para alguém que Jesus merece ser seu Senhor e Rei, e veja como eles reagem. Diga-lhes que eles devem se curvar e se entregar ao reinado de Cristo e veja como eles ficam vermelhos de raiva e mordem a língua para não falar e dizer o que pensam. Até dizem, em certas ocasiões: “Eu não preciso que me salvem … somente eu sou o rei … Eu sou o dono do meu destino!”

Agora, não me entenda mal, para muitas pessoas, não há nenhum problema em falar de Cristo, e ouvir algumas canções de Natal uma vez por ano, se O deixarmos no presépio ou na cruz. O mundo religioso gosta de deixá-lo ali também. Eles O preferem, ou no seu nascimento ou em sua morte, nada mais.

Mas não fale sobre o Senhor soberano que ascendeu ao céu. Não fale sobre entregar prioridades, planos, moralidade e estilo de vida.

Nessa época de festas o mundo mais uma vez vai dizer: “Cristo é bom para mim durante o Natal, mas prefiro não tê-lo na minha festa de ano novo.”

Da mesma forma, Herodes descobriu seu pior pesadelo. Outra pessoa reivindica o título de “Rei dos Judeus”.

Agora, não são pessoas comuns que lhe dão a notícia. Observe que Mateus 2:1 diz: “… eis que uns magos vieram do oriente à Jerusalém …”

“Mago” vem do grego ‘magoi’. De onde vem a palavra “mágico” e “magistrado”.

Este versículo nos diz que esses homens vieram do oriente. A tradução literal diz que vinham de onde nasce o sol. Eles eram do reino dos medos e persas.

Heródoto, o historiador grego, nos diz que estes homens vinham de uma classe social específica. Eles eram altamente treinados e estudados nas artes e nas ciências. Eram sumos sacerdotes, acadêmicos e políticos, tudo ao mesmo tempo. Tudo em um.

Eram os líderes da região persa, que ainda estava em seu esplendor quando o Senhor Jesus nasceu. A religião se chamava zoroastrismo. O principal elemento de sua adoração era o fogo, que mantinham vivo. Eles acreditavam que o fogo foi dado dos céus e praticavam o sacrifício de animais. Eles acreditavam somente em um deus, cujo nome era Mazda.

Os historiadores também dizem que nenhum persa podia chegar a ser rei se não dominasse as disciplinas religiosas e científicas dos Magos. Só então, era aceito como herdeiro do trono e coroado pelos Magos.

Os magos eram conhecidos como os “fazedores de reis”, e Herodes sabia disso. Toda Jerusalém sabia disso, e eles também estavam conturbados, ainda que por outras razões.

Mateus, aliás, não nos diz quantos magos vieram a Jerusalém. A tradição nos diz que eram doze, mas depois, esse número foi reduzido a três. (Isso se deve, provavelmente, porque é difícil colocar doze magos no pequeno cartão de Natal.)

Durante a Idade Média, a quantidade de magos foi reduzida. Isso se deu porque os mitos e as tradições ganhavam mais força. A Igreja alegou que os três magos se chamavam Melchior, Gaspar e Baltazar. Eles representavam os três filhos de Noé. Supostamente, seus crânios foram preservados milagrosamente e descobertos pelo Arcebispo de Colônia, no século XII. A grande catedral de Colônia ainda exibe esses crânios em uma vitrine cheia de jóias.

Mas a pergunta permanece: Por que esses magos cruzaram metade de um continente, em uma viagem que levaria pelo menos um ano? O que os fez supor que, ao chegar a Jerusalém, automaticamente as pessoas saberiam onde vivia o Messias? E ainda por cima, porque os Magos estavam interessados em um Messias judeu?

Para responder a essas perguntas, nós temos que viajar vários séculos atrás, a um tempo quando os judeus foram levados cativos pelo reino do leste – Babilônia.

Entre os judeus cativos haviam vários jovens que foram entregues aos magos para serem treinados na universidade. Você conhece quatro deles – Daniel, Sadraque, Mesaque e Abednego.

Daniel, em particular, teve um grande efeito sobre o rei Nabucodonosor, o rei promoveu Daniel e o colocou como líder de todos os magos do reino da Babilônia (Daniel 2:48). Daniel era tão respeitado e poderoso que, quando Dario, o rei persa, conquistou Babilônia, Daniel continuou na liderança.

Você deve se lembrar que os outros políticos persas planejaram uma estratégia para que Daniel fosse jogado aos leões; os magos não tiveram participação nesse plano. Esses políticos passaram a ter um tremendo respeito por Daniel.

Foram setenta anos de influência piedosa, através da vida e ensinamento de Daniel, que trouxeram, não apenas a dois reis a fé do Deus de Daniel, mas também aos magos. 

Mas como os magos, centenas de anos depois de Daniel, foram guiados por uma estrela para conhecer o Messias? O que significa que viram a estrela no Oriente e vieram adorar-lhe?

Primeiro, estes magos que viajaram para Jerusalém eram crentes. Eles estavam prontos para adorar o Salvador. Eles creram na Escritura. Eles sabiam que o Messias havia nascido.

Aqui estão, descendentes daqueles que se converteram com Daniel, guiados a começar uma viagem que levaria mais de um ano para ser concluída. Sem dúvida, viajaram em uma grande caravana com servos para cozinhar e cuidar dos animais nesta longa jornada. Também havia uma boa quantidade de soldados com eles, para protegê-los ao passar por diferentes reinos. Os soldados também protegeriam esses presentes caros que estes magos levavam.

Por isso apague essa imagem que você tem em sua mente. Estes homens eram autoridades persas, reconhecidos por seu poder e privilégios. Eles também eram parte de uma geração de crentes que começou com Daniel e seus homens sábios.

Agora, ainda há dúvidas, por que uma estrela para guiá-los? Como associaram o significado da estrela com o Messias?

Daniel, é claro, tinha a sua disposição a Torah, a lei de Moisés. É provável que ele, juntamente com outros judeus religiosos, tenham ensinado sobre a vinda do Messias. Consigo imaginar Daniel explicando as palavras de Moisés aos seus amigos magos.

“Fala aquele que ouviu as palavras de Deus, e o que sabe a ciência do Altíssimo; o que viu a visão do Todo-Poderoso, que cai, e se lhe abrem os olhos. Vê-lo-ei, mas não agora, contemplá-lo-ei, mas não de perto; uma ESTRELA procederá de Jacó e um cetro subirá de Israel … ” Números 24:16-17.

 Nesta passagem do Antigo Testamento, o Messias é chamado “a estrela.”

Talvez Daniel ensinou-lhes a profecia de Isaías.

“Levanta-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do Senhor vai nascendo sobre ti; Porque eis que as trevas cobriram a terra, e a escuridão os povos; mas sobre ti o Senhor virá surgindo, e a sua glória se verá sobre ti. E os gentios caminharão à tua luz, e os reis ao resplendor que te nasceu. 

Esta é a mesma expressão; a mesma idéia de uma estrela brilhando em seu resplendor. Devemos entender que os magos não viram uma estrela a mais. Não foi uma espécie de meteoro, um cometa ou um asteróide. Este era um sinal messiânico. Apesar de parecer uma estrela, o que os magos viram realmente foi a luz da presença de Deus, a Sua glória.

A palavra grega para “estrela” (Aster) pode ser entendida como “brilho”. Esta foi a luz que guiou o povo de Israel em sua jornada através do deserto (Êxodo 13:21).

Esta foi a luz que fez o rosto de Moisés resplandecer, após seu encontro com Deus (Êxodo 34:30).

Esta foi a luz de Cristo ressuscitado, que derrubou no chão Saulo de Tarso na estrada de Damasco, e deixou-o cego (Atos 9:3).

Esta foi a visão que o apóstolo João viu, e, em seguida, descreveu como a luz do rosto de Cristo brilhando como o sol (Apocalipse 1:16).

Se trata da mesma luz que apareceu a esses magos persas para guiá-los.

Como explicar seu aparente desaparecimento quando eles chegaram em Jerusalém? Como explicar que de repente apareceu novamente quando eles deixaram o palácio de Herodes? Como explicar que esta luz estava exatamente sobre a casa onde o menino se encontrava?

Há apenas uma maneira de explicar isso. Os magos estavam sendo guiados pela luz da glória de Deus, por seu resplendor. E, aparentemente, eles foram os únicos que viram.

Isso me leva a perguntar: por que Deus fez tudo isso para esses magos do oriente? O que há de importante em persas levarem presentes para Jesus?

A Apatia dos Líderes Judeus

Concordo com um autor que sugeriu que isto revelava que o nascimento de Jesus teve um impacto e influência global. Também demonstrou que o Messias veio a Israel como um dom de Deus a todas as nações, e não apenas para os judeus.

Infelizmente, também demonstrou que os judeus não estavam interessados no nascimento, mas os gentios estariam.

Os líderes judeus que disseram a Herodes onde o Messias nasceria, nem mesmo se incomodaram em andar os sete quilômetros de Jerusalém para vê-lo; contudo, um grupo de gentios atravessaram todo um continente.

Você percebeu que alguns dos líderes religiosos judeus haviam memorizado a profecia de Miquéias? Eles sabiam que o Messias nasceria em Belém. Alguém poderia pensar que alguns deles iriam correndo para vê-lo! Eles conheciam as escrituras, mas não reconheceram o Salvador.

Os magos, por outro lado, vieram de longe. A Pérsia se localizava onde está agora o Irã. Eles tiveram de atravessar o Irã, Iraque e, finalmente, chegaram na Palestina. É uma viagem de centenas e centenas de quilômetros de distância que levaria meses. Os preparativos para a viagem devem ter levado semanas, talvez meses.

Portanto, tenha em mente que, quando chegaram a Belém, não chegaram diretamente ao presépio.

“E entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe …” (Mateus 2:11).

Eles não chegaram no estábulo, o texto diz que entraram em uma casa. Ali viram o menino. Observe que não diz bebê. Quando os magos chegaram, Jesus tinha entre um e dois anos de idade.

A adoração de Cristo Jesus

“E entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe e, prostrando-se O adoraram” (Mateus 2:11).

A expressão diz que os magos “se prostaram”, isso significa que se ajoelharam e colocoram a cabeça no chão e, em seguida, segundo o costume oriental da época, beijaram seus pés e o chão.

Você pode imaginar? O menino Jesus, agarrando-se à sua mãe, recebendo adoração por parte de estabelecedores de reis de um império gentio, e depois recebendo presentes: ouro, incenso e mirra.

O ouro era um presente para um rei. Eles trouxeram ouro para o herdeiro do trono de Davi.

Incenso é usado pelos sacerdotes no Velho Testamento como parte de seu serviço sacerdotal.

Eles deram incenso para o Sumo Sacerdote que intercede em nosso favor.

A mirra é um perfume doce que vem de uma pequena árvore espinhosa. A seiva desta árvore se misturava com vinho para fazer um narcótico. Isso seria oferecido a Cristo na cruz, coisa que ele rejeitou. Era uma substância comum usada para embalsamar corpos sem vida.

Deram mirra Aquele que levaria uma coroa de espinhos, sofreria na cruz, e seria envolto por ela na tumba.

Deram-lhe três presentes: ouro para o nosso Rei dos Reis; incenso para nosso Sumo-sacerdote; mirra para nosso Salvador sofredor, que iria redimir a humanidade, dentre cada nação do planeta.

A resposta adequada à Cristo

Nestes poucos versículos, vemos três respostas do mundo à mensagem de Natal. Desde o primeiro século até o século vinte e um, as culturas mudaram, mas a reação da humanidade não.

Nós vimos a reação furiosa de Herodes, a apatia por parte dos líderes judeus, e adoração por aqueles que o adoram como seu Messias.

Se olharmos à nossa volta nesta época de Natal, vamos descobrir as mesmas reações. Existem aqueles que O odeiam, aqueles que O ignoram, e aqueles que caem de joelhos e O adoram como o Cristo, o Senhor.

Qual é a sua reação para com Aquele que desceu do céu? O que você fará de Jesus neste Natal?

Capítulo 2

Não creio que sejam meninos mensageiros

Em algumas ocasiões no ano passado, estava passando de carro pelo bairro e vi algumas casas que tinham balões cor de rosa ou azuis no portão. Um dos jardins estava cheio de placas que diziam: “É uma menina.” São maneiras em que um casal faz o mundo saber que seu bebê chegou ao mundo.

Quando eu passo por essas casas, me dá uma sensação de alegria bem como de preocupação por esses casais. Muitas vezes tento imaginar como estão, especialmente se é o primeiro filho. Certamente estão passando noites sem dormir, horários desordenados, mamadeiras, comida para bebê e uma cesta cheia de roupa para lavar. E o cheiro. Esta combinação de loção de bebê, talco, e fraldas sujas, tudo junto. Permeia a casa e até segue você no trabalho.

Na maioria dos lares, o nascimento de um bebê marca uma mudança de vida. Colocar um enfeite na porta é a parte mais fácil. A vida nunca mais será a mesma.

Você pode imaginar o que deve ter sido o nascimento de Cristo? Que mudança de vida para José e Maria!  Inclusive houve anúncios do nascimento de Jesus, e não foram balões azuis, mas um desfile de anjos; em vez de cegonhas no jardim, pastores na manjedoura, perplexos ao ver o Salvador. Há uma infinidade de atividades enquanto o Pai prepara o anúncio para o mundo.

A glória celestial de Deus se mostra, a milhares de quilômetros, para um grupo de cientistas e filósofos Oriente. Os anjos enchem o céu de Belém, anunciando, e o arcanjo Gabriel apareceu pessoalmente a muitos para dar a notícia.

O que faz estes anúncios serem tão notáveis é que durante quatrocentos anos, os céus estavam em silêncio. Não houve mensagem de Deus. Quando Malaquias parou de escrever, Deus ficou em silêncio.

Agora, depois de quatrocentos anos, o silêncio é quebrado por meio destes anúncios por parte de Deus. Que belo som, já que Deus usou a todos, desde os pastores até  anjos.

Dois mensageiros do nascimento de Cristo

Como tudo acontece muito rápido, existem dois mensageiros de Deus, que geralmente são passados por alto na história do Natal. Um deles foi um bebê que ainda não era nascido, o outro mensageiro era um velho homem que estava morrendo.

João Batista

O anjo Gabriel fêz sua primeira aparição anunciando a concepção milagrosa de um menino. Mas o nome deste menino não é Jesus, é João. O nome de seu pai é Zacarias e de sua mãe Isabel. E apesar de serem avançados em idade, Isabel concebe um filho.

Segundo Gabriel, a criança irá cumprir a profecia de Malaquias e preparar o caminho para o Messias.  Os quatrocentos anos de silêncio acabaram. Isabel vai ter um filho, que se chamará João. Nós o conhecemos pelo nome profético e o chamamos de “João Batista”.

Quando Isabel estava grávida de seis meses, o anjo Gabriel apareceu novamente, mas desta vez ele aparece à Maria. Ela recebeu notícia semelhante – você vai conceber. Mas é aí que a semelhança termina.

Maria, uma virgem, conceberá através de um milagre do Espírito Santo. Não há dúvida de que ela está cheia de perguntas. Gabriel, antes de deixar Maria, deixa algumas palavras de encorajamento. “Porque nada é impossível para Deus”.(Lucas 1:37). Por que ele diz isso? Porque Maria ouviu uma vez e vai ouvir mais de mil vezes: Isso é impossível!

“Nenhum homem está envolvido nesta gravidez? Isso é impossível! “

Deus fez isso acontecer? Isso é impossível!

Maria poderia dizer agora: “isso é exatamente o que o anjo sabia que iriam dizer – que é impossível – mas nada é impossível para Deus!”

Onde Maria procura ajuda? Onde vai receber compreensão? A quem pode procurar para buscar conselho e ajuda? Gabriel não nos mostra no versículo anterior?

“E eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril.”(Lucas 1:36).

Outro filho prodígio está a caminho. Outra impossibilidade está prestes a se tornar realidade. Assim como Sara, Isabel e Zacarias estão esperando um filho.

Não sabemos se Maria contou aos seus pais; não sabemos como ela contou a José. O versículo seguinte nos informa que ela viajou três dias para ver seus parentes, que também iriam receber a notícia que mudaria suas vidas para sempre.

“E, naqueles dias, levantando-se Maria, foi apressada às montanhas, a uma cidade de Judá, E entrou em casa de Zacarias, e saudou a Isabel. E aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo. Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre. (Lucas 1:39-41, 44).

Este não foi um chute pré-natal comum. Mas um salto do bebê no ventre. Por que o bebê chutou Isabel nas costelas?

Para começar, podemos dizer que o Espírito Santo levou-o a fazer isso, tendo já o preparado para ser o anfitrião do Messias. Este bebê é um profeta do Antigo Testamento, e os profetas do Velho Testamento tinham uma unção especial do Espírito Santo na realização de seu ministério profético. A mensagem de Gabriel para Zacarias dizia claramente que João estaria sob a influência do Espírito Santo, mesmo estando no ventre de sua mãe. (Lucas 1:15).

O salto foi a primeira palavra profética de João, foi a sua primeira profecia sobre o Messias que foi concebido (gerado) três dias antes.

Por incrível que pareça, o profeta bebê está dando a sua primeira profecia do ventre! Ele media apenas 22 centímetros e pesava menos de 1 quilo e estava cheio de gozo.

(O que isso nos diz sobre as vidas daqueles que ainda não nasceram e estão no útero? Deixe-me dizer – estão vivos.)

João, aos seis meses pôde expressar emoções, respondeu a adoração induzida pelo Espírito Santo, ele ouviu a voz de Maria, reagiu fisicamente com a presença do Messias e saltou de alegria com um sentimento de adoração.

Isso é impossível!

Lembre-se, “nada é impossível para Deus.”

Que encontro mais incrível deve ter sido para essas duas mulheres. Pense em tudo o que tinham em comum nesta cena tão incomum.

Ambas estavam esperando dar à luz milagrosamente.

Ambas estavam enfrentando uma gravidez que só Deus poderia ter coordenado.

Ambas teriam filhos que cumpririam as profecias tão esperadas. Lucas diz que Maria ficou com Isabel e Zacarias por três meses e depois voltou para casa com seus pais e José. (Lucas 1:56). A esta altura, José também foi visitado por um anjo, provavelmente Gabriel, que lhe disse que Maria estava grávida por obra de Deus.

Simeão

Se avançarmos um pouco o filme, passando o nascimento de Cristo, veríamos outro mensageiro de Deus, esse mensageiro não é uma criança ainda por nascer, mas é um homem velho que, provavelmente, não viveria muito mais.

Antes de ver esse breve encontro, devemos entender o cenário em que se passa isso.

“E, cumprindo-se os dias da purificação dela, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor.” (Lucas 2:22).

Imagine, estão levando Jesus para apresentá-lo cerimonialmente diante de Deus. Deus, o Pai, e Deus, o Espírito Santo, observam a apresentação de Deus, o Filho, encarnado. Deus é apresentado diante de Deus.

José e Maria estão seguindo o que a lei estipulava que eles deviam fazer. Deus, como vemos em Levítico, ordenou que a mulher fosse purificada através de ofertas de sacrifícios.

Após o nascimento de um filho, a mãe não poderia estar presente no templo por quarenta dias. Depois ela deveria oferecer sacrifícios e voltaria a estar em comunhão com a assembléia de adoradores.

Maria não era uma santa sem pecado; ela não estava acima da lei de Moisés. Ela, assim como todo o ser humano, era responsável por sua comunhão com Deus através dos canais e diretrizes que Deus tinha estabelecido. Segundo a lei, ela estava impura até esses sacrifícios serem feitos a seu favor.

E, como Maria e José estavam perto de Jerusalém, andaram estes dez quilômetros para entregar pessoalmente as ofertas. Lucas nos diz que Maria e José levaram um par de rolas ou dois pombinhos (Lc 2:24).

Se examinarmos a oferta pela culpa, oferecida a favor da mãe, você vai descobrir que Moisés pediu para trazer um cordeiro, Levítico capítulo 12 nos dá um resumo das responsabilidades da mãe e uma definição desta oferta.

No entanto, Moisés permitia que as mulheres mais pobres, aquelas que não podiam ou não tinham um cordeiro de um ano, poderiam trazer rolas ou pombos. Isto se chamava oferta dos pobres.

Os magos ainda não tinham chegado – os seus presentes de ouro teriam permitido Maria comprar o melhor cordeiro que existia. No entanto, Maria e José eram pobres, não tinham dinheiro para um cordeiro.

Você percebe? Eles na realidade trazem o cordeiro, o Cordeiro de Deus. Ali estão, apresentando seus animais para o sacrifício no Templo, e ao mesmo tempo, segurando o bebê que seria o sacrifício final.

Mas havia alguém que sabia de tudo. Antes de Maria e José chegarem diante dos sacerdotes, foram interrompidos por um ancião.

“E para darem a oferta segundo o disposto na lei do Senhor: Um par de rolas ou dois pombinhos. Havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem era justo e temente a Deus, esperando a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. E fora-lhe revelado, pelo Espírito Santo, que ele não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor. E pelo Espírito foi ao templo e, quando os pais trouxeram o menino Jesus, para com ele procederem segundo o uso da lei, Ele, então, o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse: Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, Segundo a tua palavra; Pois já os meus olhos viram a tua salvação, A qual tu preparaste perante a face de todos os povos. (Lucas 2:25-31).

Você pode imaginar essa cena? Maria e José são subitamente interrompidos por um ancião que nem mesmo era um sacerdote. Simeão era simplesmente um homem piedoso que teve o privilégio de ser um dos mensageiros de Deus. Ele foi responsável por anunciar que “O Messias chegou!”

Três observações sobre o nascimento de Cristo

O fato de que Deus estava em silêncio não significa que ele não estava operando.

O silêncio e a soberania são uma combinação que nenhum de nós gosta. Tenha ânimo e esperança durante os dias de silêncio – Deus ainda está operando.

A mensagem de Deus é ouvida por aqueles que querem ouvir.

Não temos nada registrado que nos diga que Simeão foi rodeado por sacerdotes para fazerem-lhe perguntas ou obterem informações de José e Maria. Nenhuma multidão se formou desejosa de receber informação sobre o que implicava a oração de Simeão.

Todos estão ocupados no Templo. Não estão prestando atenção a apresentação dEste, que manifesta cada aspecto da vida no Templo. Ele era o pão da mesa da proposição; o candelabro de ouro da luz eterna; o incenso aromático diante do Pai, o sangue do cordeiro sobre o propiciatório, o animail sacrificado no altar; o véu que em breve se rasgaria; o Sumo Sacerdote que um dia se sentaria.

Por que então não escutaram a Simeão? Pela mesma razão, talvez, que você não está me ouvindo agora. Você não quer abraçá-lo, não o quer o Salvador em sua vida.

Os escolhidos por Deus para realizar a Sua vontade são pessoas comuns.

Deus usou um pobre carpinteiro, com sua jovem prometida. Usou um sacerdote avançado em idade e sua esposa. E agora, usa um velho homem que nem mesmo é um sacerdote, para apresentar a Jesus e proclamar uma mensagem sobre o Messias.

Deus pode usar você e a mim também. Ele pode nos usar, homens e mulheres comuns, para compartilhar a Sua mensagem. Nesta época de festas, vamos saltar de alegria porque Ele chegou; vamos exaltá-lo para que todo mundo veja que “O Messias está aqui”. 

Capítulo 3

Mais do que a Lenda de Zeus

O autor Phillip Yancey certa vez comparou a humildade da vinda de Cristo à Terra, com uma viagem da Rainha da Inglaterra feita ao exterior. Quando a família real viaja para um lugar, você sempre os vê com muitas jóias e glamour e, claro, os paparazzi estão presentes.

Quando a Rainha Elizabeth visitou os Estados Unidos, os jornais revelavam tudo que acontecia nos bastidores, os detalhes e preparações. Eles não levavam apenas os vinte quilos que qualquer um de nós carrega em uma mala, mas dois mil quilos de bagagem.

A bagagem da rainha continha dois vestidos para cada ocasião que você pode imaginar, incluindo um vestido preto para ser usado no caso de alguém morrer e ela precisar assistir ao funeral.

Ela levava o próprio cabelereiro, e uma dezena de assistentes pessoais. Além disso, altamente protegidos na bagagem, havia 10 litros de plasma, caso tivesse uma emergência médica. Uma visita da rainha para outro país custava ao governo cerca de vinte milhões de dólares.

Já visitei várias residências reais, e percebi que os ingleses tem o hábito de içar a bandeira sempre que a rainha está na residência. Se você ver uma bandeira flamejante em um ponto alto do castelo, significa “a rainha está presente.”

Um Mistério Divino

Em contraste com a chegada da rainha, a chegada de Cristo não teve muita pompa. Aqui vem o Príncipe da Paz; o Pai da eternidade. Ele é realeza divina – viajando para a terra, sem assistentes pessoais e sem um lugar para descansar, com exceção de um estábulo emprestado, com animais que esta noite pareciam dispostos a compartilhá-lo com o seu Criador.

Neste Natal, como todos os outros, o mundo deve lembrar que “O Rei chegou.” Para aqueles que crêem nEle, coloquem a sua bandeira no castelo de seus corações.

Sua bandeira é uma bandeira de redenção. Sua majestade não veio à Terra com um suprimento de sangue em caso de emergência. Ele veio para dar o seu sangue porque existe uma emergência – “o salário do pecado é a morte!”

Que incrível mistério é este! Deus, o Redentor, veio à Terra, nasceu de uma virgem. Deus, escolhendo vestir-se com a roupa comum da nossa carne. A segunda pessoa eterna da trindade, limitado ao tempo. O Filho onipresente, no ventre da virgem.

Nós podemos cantar sobre isso, ler e estudar, mas nunca vamos chegar a compreender como Deus o fêz. Como encarnou no ventre da virgem. Para colocar de maneira mais simples, ninguém tem idéia de como Deus pôde se tornar bebê.

No entanto, todo Evangelho depende desta verdade. O fato de que Cristo é Deus em sua totalidade e humano em sua totalidade, não é uma verdade opcional, mas uma verdade fundamental.

Uma Negação Satânica

Não é de admirar que, desde o início da Igreja, o inimigo da Igreja começou a produzir e desenvolver falsos ensinos que diziam que Jesus não era plenamente Deus ou que não era totalmente humano. Parece que mesmo antes da vida de João, o último apóstolo a morrer, hereges atacaram a humanidade plena ou a plena divindade de Cristo.

Uma filosofia que emergiu foi o Docetismo. O Docetismo dizia que Cristo não veio, verdadeiramente, em carne; não era realmente humano.

João rebateu esta falsa doutrina em sua segunda epístola.

“Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo.(2 João 1:7)

A verdade é que, se Jesus Cristo não é plenamente humano e completamente Deus, não podemos ser salvos e não temos um Cristianismo verdadeiro. Na verdade, um autor disse o seguinte:

Se Jesus não é completamente humano e completamente divino, não temos Evangelho. A essência e poder do evangelho é que Deus se tornou homem e que, sendo Deus e plenamente homem, pode reconciliar os pecadores com Deus.

Sem mencionar que, se o Novo Testamento está errado ao dizer que Jesus é o Filho de Deus, nascido de uma virgem, então o que é verdadeiro no Novo Testamento? Como podemos confiar no que lemos? Se os escritores dos evangelhos interpretaram mal a verdade sobre Cristo, em que outras coisas eles mentiram? Seu nascimento virginal, Sua morte expiatória, Sua ressurreição, Sua ascensão e Seu retorno ou estão todos de pé ou caem juntos.

Não é de admirar, então, que os ataques contra a natureza humana e divina de Cristo começaram logo no início da Igreja. Não muito tempo depois da morte do apóstolo João, outras filosofias emergiram para tirar de Cristo a Sua divindade e a Sua humanidade. Por exemplo, o Apolinarianismo – que ensinava que Cristo não era humano.

Nestorianismo – que dizia que havia duas pessoas diferentes dentro do corpo de Cristo.

Monofisismo – que ensinava que Cristo tinha apenas uma natureza – uma fusão das naturezas divina e humana. Assim, Cristo não era plenamente Deus e plenamente homem, mas era cinquenta por cento homem e cinqüenta por cento Deus.

Os ataques contra a natureza de Cristo não desapareceram com os anos. Pelo contrário, têm se intensificado.

Um autor britânico escreveu que Jesus ficaria horrorizado ao pensar em uma igreja, sem falar em pessoas, adorando-O como se fosse divino.

Outro escreveu que Jesus era um mago que tinha as pessoas sob seu poder.

Um terceiro escreveu que Jesus era um grande rabino que não tinha qualquer intenção ou desejo de iniciar um movimento ou uma igreja.

Se isso é verdade, então Cristo não pode verdadeiramente representar-nos como homem e não pode redimir-nos completamente como Deus.

Uma Mensagem Falsa

Outra maneira pela qual Satanás ataca a autenticidade da absoluta divindade e humanidade de Cristo é, não só negando abertamente através de seus falsos mestres, mas também diluindo a singularidade do nascimento virginal ao falsificar ou copiar a mensagem.

Estude as religiões do mundo e verá histórias de nascimentos virginais. Os romanos acreditavam que Zeus engravidou Semele sem ter tido contato com ela e ela concebeu Dionisio, senhor da terra.

Os sumérios, muito antes do nascimento de Cristo, escreveram em uma parede, que foi descoberta muitos séculos mais tarde pelos arqueólogos, que seu imperador foi criado no ventre de sua mãe por seus deuses.

Seiscentos anos antes do nascimento de Cristo, se dizia que a deusa da procriação tornou possível a concepção do Rei Senaqueribe no ventre de sua mãe.

Estas histórias podem ser interpretadas de duas maneiras:

Em primeiro lugar, pode-se concluir que todos esses nascimentos virginais significam que o cristianismo simplesmente tomou emprestada a ideia de outras religiões e fez a sua própria versão.

Em segundo lugar, pode-se entender como estratégia do inimigo para preceder o cristianismo com as versões similares do Evangelho, para que, quando ocorressem os acontecimentos do evangelho, as pessoas diriam: “É bonito, mas é algo antigo, já ouvimos isso antes.”

Agora, Satanás sabia de antemão o que Deus tinha em mente em relação ao Messias nascer de uma virgem? Sim, no Jardim do Éden, Deus disse a Satanás: “[a semente da mulher] te ferirá (a serpente) na cabeça …”- Gênesis 3:15.

Cada vez que você lê na Bíblia sobre semente, ou descendência, se refere a semente do homem. Mas em Gênesis, capítulo três, versículo 15, encontramos esta frase – é a única vez na Bíblia onde lemos: “a semente da mulher”.

Por quê? Porque ela concebeu sem um homem e sua descendência, que é independente da semente do homem, vai ferir a cabeça ou destruir a serpente. Esta é uma referência ao Messias derrotando Satanás.

Adicione isso a um outro versículo que Satanás teve acesso muitos séculos antes do nascimento de Cristo.

“Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel.” (Isaías 7:14).

Satanás sabe tudo isto. Ele é muito inteligente, mas ainda assim recusa a se render. Ele diz: “Ah, é? O plano de Deus é o Messias nascer de uma virgem? Bem, então eu vou produzir, manipular e facilitar o desenvolvimento da filosofia pagã incorporando a idéia de nascimento virginal”.

E então, temos uma mãe que um dia vê um elefante gigante entrar em seu ventre e, em seguida, ela concebe e dá à luz um bebê chamado Buda.

Vishnu, depois de reencarnar como peixe, tartaruga, javali e leão, finalmente desce para o útero de uma mulher e nasce dela como Krishna, e dessa maneira se cria o hinduísmo.

Durante os dias de Cristo, persistia a lenda que dizia que Alexandre, o Grande, nasceu de uma virgem pelo poder de Zeus, por meio de uma serpente que engravidou a sua mãe, Olímpia. Ele também era o filho de um deus, nascido de uma virgem.

Imagine – essas principais religiões do mundo e filosofias reivindicam uma criança nascida de seu deus.

Então Cristo nasce de uma virgem e o mundo pode facilmente dizer: “Já ouvimos isso antes. O cristianismo tem sua própria versão do mito de uma criança nascida de uma virgem. “

Talvez o seu professor de filosofia na universidade diga isso, e creia assim. Ele crê nisso, e vai para o inferno. E o inferno para ele também é um mito – coisa que ele espera seja assim.

Satanás falsifica e copia em detalhe – ao ponto que até mesmo os escribas haviam se acostumado ao título “Rei dos Judeus”. Herodes já tinha esse título, se lembra? E César Augusto tinha ficado com o título “O Salvador do mundo.”

Então, os anjos aparecem aos pastores e anunciam: “Escutem, nós temos boas notícias neste dia, na cidade de Davi, o Salvador nasceu.”

“Isso já ouvimos antes, não há nada de novo.”

Satanás têm falsificado muitas das grandes verdades do cristianismo: o nascimento virginal, ressurreição, nascer de novo, o batismo.

Nas religiões pagãs antes de Cristo já usavam o termo “nascer de novo.” Eles tinham cerimônias que envolviam banhos de sangue e, depois de ter sido iniciado, eles se consideravam nascidos de novo. Depois bebiam um copo de leite, como se fossem bebês recém-nascidos.

Será que Jesus Cristo e sua igreja emprestaram essas idéias? Não, Satanás já estava trabalhando através de seus professores e religiões para falsificar as reivindicações de Cristo.

O nascimento virginal de Cristo é uma das principais doutrinas que Satanás procura minar. Por quê? Porque ele sabe melhor que ninguém que, sem o nascimento virginal de Cristo, que é cem por cento Deus e cem por cento homem, o mundo não tem um Salvador.

Se a história do nascimento virginal de Cristo é apenas outra lenda, mais uma história, então o mesmo vale para o resto da Bíblia que fala sobre Deus. Mas se tudo for verdade, então certamente define a verdade da história para todos nós.

Com razão então, um dos versículos mais importantes do Novo Testamento sobre Cristo, é um dos primeiros em sua biografia terrestre.

“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo.” (Mateus 1:18)

Que mistério!

Na narrativa de Lucas, o anjo Gabriel explica a jovem Maria como iria acontecer.

“E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço homem algum? E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus. (Lucas 1:31, 34-35).

Isso explica tudo! Não é assim? Não. Você compreende como Deus pode fertilizar um óvulo no útero de uma virgem? Não.

Da mesma forma, eu não consigo entender como o Filho de Deus poderia morrer pelos pecados que eu ainda não tinha cometido e ainda me ver como alguém sentado nos lugares celestiais. Tampouco posso entender como Ele um dia vai abrir minha sepultura e reunir o meu corpo com o meu espírito, que estará com ele, e com meu corpo ressuscitado, que passa a ser glorificado, eu estarei com Ele em um novo céu e uma nova terra para sempre. Somente Deus pode compreender os Seus caminhos e obras, e eu não sou Deus!

Seria de grande proveito para você olhar no espelho de vez em quando e negar a mensagem de sua carne e seu mundo ao olhar para si mesmo e repetir: “não sei quem você é, mas você não é Deus.”

“E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne … “(I Timóteo 3:16).

Jesus era humano de verdade, Ele não fingia ser humano. Não fingiu chorar ou aprender a andar e falar.

“Deus enviou seu Filho, nascido de mulher …” (Gálatas 4:4).

Um Homem Completo

Os autores humanos das Escrituras dão testemunho da plena humanidade de Cristo. Agora, por que Jesus Cristo devia ser plenamente humano?

1. Jesus Cristo devia ser completamente humano, a fim de representar a raça humana em Sua obediência. O Redentor tinha que ser um homem.

“Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos. (Romanos 5:18-19)

Deixe-me acrescentar uma importante verdade aqui. Jesus era cem por cento homem porque um dos seus pais era humano. Maria. Ele recebeu a sua natureza humana de Maria, de modo que era um membro da raça de Adão.

No entanto, apesar de Jesus receber de Maria a Sua natureza humana, não recebeu de José, o pai, a natureza pecaminosa. A natureza pecaminosa é que os teólogos ortodoxos chamam de “culpa herdada”, que vem através do pecado de Adão.

Agora, escute cuidadosamente, a única maneira pela qual Jesus podia ser plenamente humano e não ser corrompido com a culpa moral e legal de Adão, era nascendo a parte da semente de Adão. Há somente uma maneira para que isso acontecesse: não ter um pai humano; nascer de uma virgem.

2. Jesus tinha que ser homem para poder ser substituto da raça humana em Seu sacrifício.

Se Jesus não tivesse sido um homem, não poderia ter morrido em nosso lugar e pagado a pena que a humanidade merecia.

“… Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo.” (Hebreus 2:17)

3. Jesus tinha que ser homem, a fim de experimentar o castigo da raça humana em sua morte.

“[Cristo] esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” (Filipenses 2:7-8)

Jesus enfrentou a ira de Deus ao fazer-se pecado por nós; Ele tinha de ser cem por cento homem para representar a raça humana em sua obediência; ser um substituto para a raça humana em Seu sacrifício, e experimentar o castigo da raça humana em Sua morte.

Um Deus-homem completo

Não há salvação no nascimento de Cristo. Não há salvação no fato de que Ele viveu uma vida perfeita, sem pecado. Nem mesmo seu ensino poderia nos salvar.

Teria que se pagar um preço por nossos pecados – alguém teria de morrer e depois subir vitorioso dentre os mortos. Jesus Cristo nasceu para poder morrer e logo ressuscitar para uma vida glorificada.

Mas, nesse caso, Jesus tinha que ser mais que humano. É verdade – Jesus também teria que ser cem por cento Deus. Só alguém que é cem por cento Deus poderia pagar o salário do pecado do mundo.

E ele (Jesus Cristo) é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo. (I João 2:2)

Como alguém levaria os pecados do mundo? Já é suficiente carregarmos o nosso próprio pecado, não é?

Se você é uma boa pessoa e somente peca três vezes por dia – está muito bom! Mas ainda assim, são mil pecados por ano.

Agora, multiplique sua idade por mil, adicione um ou dois anos pelos anos que você nem sequer sabia que estava pecando. Para alguns de nós, a consciência do pecado começou quando éramos muito jovens. Quando você teve um mau pensamento; fez algo egoísta; teve maus desejos; desejou algo de outra pessoa ou cobiçou, ou não fez algo que deveria ter feito – a Bíblia diz que isso também é pecado.

Mas você é uma pessoa boa, apenas comete três pecados por dia. Eu posso alcançar essa marca antes de sair de casa para o trabalho! Levantei-me tarde e preciso ir mais rápido do que o permitido. Aqui já temos um. Então, enquanto eu estou dirigindo: “O carro que esse homem tem é melhor do que o meu.” Aqui nós temos dois. Depois eu penso: “Esse cara não pode ir mais rápido? Está me atrasando!” Bem, aqui estão os três do dia, e isso que acabei de sair de casa.

Sinceramente, não existe maneira humana que possa expiar todos os meus pecados, muito menos os pecados e pecaminosidade de todo o meu bairro. Não poderia haver expiação para milhões de pessoas e não poderia haver para todo o mundo.

Só Deus pode pagar a pena. E esse é o ponto!

Uma Decisão Vital

Quem é Jesus para você? Um bebê em uma manjedoura? Uma interrupção no seu calendário? Um homem bom, que foi tratado cruelmente quando não merecia? Se trata de outra lenda da religião? Outra história de um nascimento virginal que veio de outra lenda na história da humanidade? Isso que Jesus é para você?

Você pode estar certo.

Mas e se a Bíblia está certa?

E se a Bíblia conta a história verdadeira do nascimento virginal?

E, se Cristo é mais que um mito, mais que um bebê? E se ele é cem por cento homem e cem por cento Deus?

A pergunta permanece: Quem é Cristo para você?

Eu afirmo hoje, sob a autoridade da Bíblia, que Jesus Cristo é cem por cento homem e cem por cento Deus e por isso, Ele é o único que pôde morrer, redimir, perdoar e um dia vai regressar!

Convido você a confiar no que a Bíblia diz e receber, em sua vida, o Salvador nascido de uma virgem.